Neste último fim de semana foi definida a sede da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (Intergovernmental Platform on Biodiversity and Ecosystem Services, IPBES) em Bonn, na Alemanha. Bonn também hospeda a sede da UNEP de espécies migratórias (UN Environment Programme’s Convention on Migratory Species). A principal missão do IPBES será avaliar a perda da biodiversidade em todo o mundo, tal como o International Panel on Climate Change (IPCC) realiza as avaliações sobre mudanças climáticas.

Após anos de negociações, o IPBES foi criado com reconhecimento de cientistas e gestores públicos para abordar os inúmeros problemas decorrentes da perda da biodiversidade. Participarão do IPBES mais de 90 países, inclusive o Brasil. Os inúmeros serviços de ecossistemas incluem, por exemplo, a manutenção de mananciais aquíferos e a qualidade da água, a qualidade do ar, processos como polinização, controle de pragas emergentes, segurança alimentar, dentre outros. Tais serviços são essenciais para a humanidade e para a manutenção da vida na Terra.

O IPBES terá o apoio de outras entidades além da UNEP, como a UNESCO, a FAO e o PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas).

As principais funções do IPBES serão:

• Identificar e priorizar informações científicas-chave, necessárias para os tomadores de decisão e para catalisar esforços para se gerar novo conhecimento;

• Efetuar avaliações regulares sobre o conhecimento acerca da biodiversidade e de serviços dos ecossistemas e suas inter-relações;

• Apoiar a formulação e implementação de políticas por meio da identificação de ferramentas e metodologias de interesse político, e;

• Definir prioridades nas necessidades de capacitação profissional para melhorar a interface ciência-política, além de buscar e fornecer suporte financeiro para iniciativas de alta prioridade para as atividades do IPBES.

O IPBES atuará de maneira a dar suporte científico relacionado à biodiversidade e serviços de ecossistemas, solicitados por governos e órgãos das Nações Unidas, que possam ser relevantes quando do estabelecimento de acordos multilaterais.

De acordo com as informações fornecidas na página institucional, as funções do IPBES serão:

– Colaborar com iniciativas existentes que atuam no gerenciamento e conservação da biodiversidade e serviços de ecossistemas, inclusive em acordos ambientais multilaterais, organismos das Nações Unidas e redes de cientistas e detentores de conhecimento, de maneira a preencher lacunas e dar suporte às atividades destes profissionais, de maneira a evitar redundâncias;

– Atuar de maneira científica independente, garantindo credibilidade, relevância e legitimidade através de avaliações por revisões-por-pares do trabalho realizado pelos membros do IPBES, bem como garantir transparência em processos de tomadas de decisão;

– Utilizar abordagens transparentes e com suporte científico para o compartilhamento, troca e uso de dados, informações e tecnologias de todas possíveis fontes relevantes, inclusive de literatura não-científica, de maneira apropriada;

– Reconhecer e respeitar a contribuição do conhecimento indígena e de populações locais para a conservação e uso sustentável da biodiversidade e de ecossistemas;

– Fornecer informações relevantes para o estabelecimento de diretrizes, mas não diretrizes restritivas, de maneira a fornecer subsídios para o estabelecimento de acordos ambientais multilaterais;

– Integrar a formação de pessoal capacitado em todos aspectos de atuação destes profissionais, de acordo com a plenária do IPBES;

– Reconhecer o caráter único da biodiversidade e do conhecimento científico a ela associado, de acordo com as peculiaridades de cada região , bem como da necessidade da participação efetiva e completa de nações em desenvolvimento para uma representação regional balanceada e sua participação na estrutura e trabalho do IPBES;

– Desenvolver abordagens multi- e interdisciplinares de maneira a incorporar as mais diversas disciplinas do conhecimento, inclusive das ciências naturais e sociais, nas atividades do IPBES;

– Reconhecer a necessidade da equidade entre gêneros em todas as atividades do IPBES;

– Considerar igualmente a biodiversidade, os serviços de ecossistemas e interações de ambientes terrestre, marinha e de água doce;

– Garantir o uso completo de avaliações e de conhecimentos nacionais, sub-regionais e regionais, quando necessário.

Veja as informações completas disponibilizadas na página do IPBES, aqui.

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Tags:biodiversidade, conservação da biodiversidade, IPBES, segurança alimentar, serviços ecossistêmicos